Escrito por Maíra Beníguino
Postado por Renata Palombo
As vezes chego a pensar que mãe é sinônimo de "louca" porque a gente ouve tanto essa pergunta ("Você é louca?") por aí, não é??? Perguntam isso para quem quer ser mãe por adoção, perguntam isso para quem vai ser mãe do terceiro filho, perguntam isso para quem deseja uma maternidade independente, perguntam isso para quem é mãe jovem de mais...
Se ser mãe é sinônimo de ser "louca" ou não, eu não sei... eu sei que concordo plenamente com nossa convidada de hoje e acho que independente das circunstancias em que nossos filhos nos chegam, quando aceitamos e assumimos de fato a maternagem, ficamos é "loucas" de amor por eles...
Hoje, Maíra Beníguino, nos conta sua experiência e trajetória de se descobrir "louca" de amor por sua filha... Acompanhem:
“você é louca”, “isso foi um erro”, “deveria ter se cuidado
mais” .
Essas são algumas das frases que eu escuto desde quando
decidi contar para o mundo, sobre a minha gravidez. Sou a Maíra, tenho 18 anos,
e sou mãe da princesa mais linda de todas, Valentina.
Eu e meu namorado,
Lucas Zanini, começamos a desconfiar da minha gravidez, em maio de 2012, e
então decidimos fazer o teste. Foram os 5 minutos mais agoniantes e demorados
da minha vida, até quando vimos o resultado, e deu o que eu mais temia:
POSITIVO. Não tive reações, não chorei, não sorri, não disse nada, apenas não
acreditava que aquilo estava acontecendo comigo. Então fiz mais 2 testes, e um
exame médico para poder acreditar de vez. Nunca havia sentido tanto medo, nunca
tinha me sentido tão sozinha e perdida em minha vida, não sabia como encarar
aquilo, contar para as pessoas, se quer para a minha família.
Depois de 2
meses, consegui contar, resolvi aceitar, até porque não tinha mais como
esconder. Os primeiros 3 meses foram os mais difíceis, eu só chorava e pensava
no que eu ia perder, pois ainda não tinha pensado no que eu ia ganhar, nem
tinha como saber que enfim, o amor chegaria até mim, de uma forma que eu ainda
não sei explicar. Eu temia muito a reação da minha família, dos meus pais,
achando que eles não fossem aceitar, fossem me julgar, e então eu percebi que
não estava com a imagem certa sobre eles. Eles me deram tudo que eu precisava
no momento, o amor, o conselho, a segurança e o apoio para conseguir encarar de
vez, a responsabilidade que me esperava, depois disso, começaram a viver o
momento mais precioso da vida de uma mulher, o momento mais deslumbrante, a
gravidez.
A noticia teve uma repercussão
imediata, todos vindo falar comigo ao mesmo tempo, os mais importantes estavam
lá, me apoiando, me dando ainda mais coragem de seguir em frente a minha nova
vida.
Muitos me julgaram, me olhavam estranho, diziam coisas ruins, ainda mais
depois que meu namorado veio morar comigo. Eu não nego que tudo foi muito cedo,
que eu realmente poderia ter me cuidado mais, que eu pulei uma parte da minha
vida, mas para algumas pessoas, isso é inaceitável, elas só se esquecem de que
eu aceitei, e não me arrependo em momento algum.
No dia 3 de novembro de 2012,
eu tive a certeza de que então, minha vida jamais seria a mesma, ela ganhou um
novo sentido, uma nova razão. Ao ver o rostinho da minha pequena pela primeira
vez, um novo sentimento surgiu em mim, algo que eu jamais havia sentido na
vida, e posso afirmar que é o melhor sentimento do mundo. A partir daquele
momento, eu jurei pra mim mesma que não ia falhar com ela, não ia deixa-la
sozinha nunca, que ia cuidar dela até o final.
Hoje estou vivendo pra ela,
deixei minhas noites de sexta e sábado, deixei meus sonos da tarde, deixei de
acordar meio dia, minhas madrugadas não são como antes, e mesmo assim, AMO a
vida que tenho, AMO ser mãe. Não é nada como antes, é tudo melhor, hoje ela tem
9 meses, e foram os melhores da minha vida.
E para todos que julgam, acham que
minha vida acabou, fazem um pensamento completamente errado, vou continuar
minha vida, vivendo minha juventude, estudando, trabalhando, saindo com meus
amigos, apenas com uma cabeça diferente das pessoas da minha idade, com
responsabilidade.
Ser mãe é uma dádiva que pessoas privilegiadas podem ter o
prazer de viver. Só tenho que agradecer pela minha família, a família do Lucas
(em especial a minha sogra, Ilca), meus amigos, e principalmente, o pai da
Valentina, por ser o melhor, por me fazer tão feliz e me apoiar tanto! E dizer
muito obrigada a Deus por ter colocado minha filha no meu caminho, e agradecer
por ela ser tão amada, tão abençoada.
E então respondo as perguntas que me
fazem... Eu sou louca sim, pela minha filha, pela minha vida.
E se ela foi um
erro, então foi o melhor erro de todos...
Um comentário:
Ma... me orgulho de ter feito parte de um pedaço da sua vida... É legal saber q de adolescente, se transformou numa bela mulher... Linda mae e uma guerreira.
Beijos
Juliana Palombo
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